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A Ilusâo Mórmon: Parte 7

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A Ilusâo Mórmon: Parte 7

Capítulos 13 e 14
Floyd C. McElveen

Capítulo Treze ― A Autoridade Final

Quando o povo de Deus foi levado a consultar os médiuns e feiticeiros que faziam maravilhas em nome de Deus, foram avisados: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Isaías 8:20, itálicos do autor).

A lei e o testemunho obviamente referiam-se à Palavra de Deus. A Bíblia é o prumo imutável de Deus. Nada mais é!

Considere isto: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Timóteo 3:16). "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) falaram de parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21).

Estas e muitas outras Escrituras nos dizem que a Bíblia é a própria Palavra de Deus. Profecia cumprida, exatidão histórica e arqueológica, unidade e harmonia que vai além da imaginação em um livro com cerca de 40 autores e escrito num período de mais ou menos 1,500 anos, ausência de erros científicos comuns em outros livros antigos, a vida e a ressurreição de Jesus, e o seu poder transformador de vida -- tudo isto se combina para reforçar esta afirmação.

O mesmo Deus que deu a Palavra é bem capaz de preservá-la. Ele prometeu fazer justamente isto; ele o tem feito e continuará à fazê-lo. Deus não mente. "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mateus 24:35). Lançar dúvidas sobre a Palavra de Deus é ficar do lado dos ateus, incrédulos, cépticos e cultistas de todas as épocas. É opor-se a Cristo e aos cristãos verdadeiros.

Jesus disse-nos que examinássemos as Escrituras, em João 5:39, até mesmo para provar as reivindicações dele: "Examinais as Escrituras, ... e são elas mesmas que testificam de mim." Quando Paulo e Silas foram a Beréia com as afirmações de Cristo e do evangelho, o povo foi elogiado porque "receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim" (Atos 17:11). Os bereanos estavam usando o Antigo Testamento que havia sido dado centenas de anos antes e traduzido do hebraico para o grego numa tradução chamada Septuaginta. Não perderam tempo discutindo acerca da Bíblia ser "a Palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução".1

Quão diferente da maneira dos mórmons procurarem a verdade!

O Teste Mórmon Para a Autoridade

Enquanto a Bíblia ensina que devemos testar a autoridade da pregação e das Escrituras com outras Escrituras, ensina-se aos mórmons que testem a verdade do Livro de Mórmon por suas mentes, sentimentos e pela oração.

McConkie diz: "O Espírito da revelação consiste em ter pensamentos colocados na mente da pessoa pelo poder do Espírito Santo" (Mormon Doctrine, p. 502). A Bíblia tem algo mais a dizer acerca da mente humana. A Palavra de Deus diz que não podemos confiar em nossos próprios pensamentos porque temos mente "réproba" (Romanos 1:28), "carnal" (Romanos 8:7), "vã" (Efésios 4:17), "impura" (Tito 1:15) e que nossos pensamentos continuamente tendem para o mal (veja Gênesis 6:5; Mateus 9:4; 15:19).

Ao tentar verificar a autoridade dos ensinamentos mórmons, às vezes eles declaram que tiveram um "ardor dentro do peito" tal como é mencionado emDoutrina e Convênios: "Mas, eis que eu te digo, deves ponderar em tua mente; depois me deves perguntar se é correto e, se for, eu farei arder dentro de ti o teu peito; hás de sentir assim, que é certo" (Doutrina e Convênios 9:8). Este sentimento, este ardor dentro do peito "provava" que o Espírito Santo testificava a ele da verdade do Livro de Mórmon e do mormonismo.

Além de suas mentes e sentimentos, os mórmons são exortados a provar o Livro de Mórmon pela oração:

"E, quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e, se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará sua verdade disso pelo poder do Espírito Santo" (Moroni 10:4, Livro de Mórmon).

Parte com base nesta passagem de Moroni, os mórmons declaram que se a pessoa pedir a Deus com um "coração sincero" ele manifestará a verdade do Livro de Mórmon a ela! A psicologia disto, assim como a armadilha satânica, é óbvia: a pessoa deve ser convencida de que o Livro de Mórmon é verdadeiro, doutra forma ela é insincera!

Ninguém, especialmente se a pessoa aderiu a esta maneira falsa e não bíblia de descobrir a verdade, vai querer admitir a si mesmo ou aos outros -- ou especialmente a Deus -- que foi insincero quando orou a ele acerca da verdade do Livro de Mórmon. Se a pessoa for honesta e sincera, deve testar o Livro de Mórmon pelo único teste que Moroni 10:4 oferece; e se "sentimento" algum, "ardor" ou "convicção interior" ocorre para dar-lhe certeza da verdade do Livro de Mórmon, então essa pessoa deve ser insincera. De modo que muitas pessoa continuam tentando e afinal se convencem, uma vez que sabem ser insinceras, de que o Livro de Mórmon é verdadeiro. Alguns fabricam sentimentos, outros não,mas são convencidos por sua própria sinceridade, por outros, pela ilusão e trauma do "teste", e pelo fato de que se sinceridade prova a verdade do Livro de Mórmon, e são desesperadamente sinceras, então o Livro de Mórmon, tem de ser verdadeiro!

O alívio que os mórmons sentem depois de desistir de lutar e resolver a crer no Livro de Mórmon, convence-os ainda mais de que têm tido o testemunho do Espírito Santo de que o Livro de Mórmon é verdadeiro.

Ora, se alguém viesse a mim e dissesse: "Ore a respeito disso, a oração é o teste da verdade. Ao orar, Deus mostrar-lhe-á que é correto", responderia eu que para algumas almas sinceras a oração parece a solução ideal. O problema? Eu orei acerca disso e recebi uma respostas. Se a oração fosse a solução, os muçulmanos, que oram cinco vezes ao dia, deviam receber a mesma resposta que eu; entretanto, as respostas deles são todas diferentes das minhas.

Sei que minha oração é sincera, e não duvido de que muitas orações sejam também sinceras. Entretanto, cada um pensa estar certo. Oração sincera não resolve o problema. Os muçulmanos têm certeza de estarem certos. Tenho certeza que estou certo. Você tem certeza que está certo. Então como é que podemos ter respostas diferentes? Obviamente, devemos ter um teste melhor da verdade, uma prova melhor do que a oração, do que "testemunho", do que sentimentos.

Os bereanos não dependeram dessas coisas -- eles buscaram as Escrituras (veja Atos 17:11). Pedro disse: "Temos assim tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendé-la" (2 Pedro 1:19).

Ler o Livro de Mórmon e deixar que o Espírito Santo testifique de sua fidelidade à pessoa não é a maneira aprovada por Deus. Primeiro, isso substitui outro teste, outra forma, da maneira de Deus de determinar a verdade ou o erro.

Segundo, em sua grande maioria, a doutrina mórmon nem mesmo se encontra no Livro de Mórmon. Embora os mórmons afirmem que o Livro de Mórmon seja a inteireza do evangelho eterno, ele não contém nenhuma das seguintes doutrinas que formam o coração do mormonismo: (1) preexistência, (2) genealogias, (3) batismo pelos mortos, (4) casamento celestial, (5) três graus de glória, (6) divindade prometida ao homem, (7) inferno temporário, (8) progressão eterna. Como é que podem a oração, o sentimento, e a experiência determinar a verdade de algo que nem mesmo está incluído no livro que a pessoa lê? O Espírito Santo não se presta a tais "provas" sem sentido!

Terceiro, e mais perigoso ainda, o Espírito Santo não é único espírito que tem poder neste mundo. A pessoa pode ser enganada ao confiar somente na oração, no sentimento ou na experiência. O poderoso espírito maligno que a Bíblia chama de Satanás apresenta-se como "anjo de luz", e engana a todos os que pode a fim de os levar ao inferno eterno. Ao colocarmos de lado a maneira prescrita de Deus para encontrar a verdade, ficamos totalmente sem proteção e totalmente vulneráveis às ilusões de Satanás.

Bem perguntou alguém: "Pode uma igreja falsa parecer justa?" A pessoa que fez essa pergunta, uma senhora mórmon convertida, acrescentou: "Qual seria o propósito de uma igreja errada senão enganar? Se alguém fosse imprimir dinheiro falso, usaria tinta vermelha?"2

Tome nota do programa de Satanás: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque no próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (2 Coríntios 11:13-15).

Allen Beechick e Bruce Walters, dois excelentes cristãos de nossa igreja, recentemente confrontaram vários missionários mórmons. A conversação que se seguiu foi mais ou menos esta:

Allen: Como é que você sabe ser o Livro de Mórmon a Palavra de Deus?

Mórmon: Já orei a esse respeito e tenho um testemunho que eu sei que ele é verdadeiro e que José Smith, a quem o Livro foi dado é profeta de Deus.

Allen: Qual é sua prova de que o Livro de Mórmon é verdadeiro e que José Smith é profeta de Deus? Como é que "sabe" que o livro é verdadeiro em ambos os casos?

Mórmon: Sei que é verdadeiro porque orei a esse respeito e sinto que é verdadeiro. Sei também que é verdadeiro porque a igreja mórmon tem um profeta vivo para nos guiar-à toda a verdade.

Allen: Como é que sabe que esse profeta vivo é profeta de Deus?

Mórmon: Tenho um testemunho de que nosso profeta vivo é profeta de Deus.

Allen: Pode Satanás conceder bons sentimentos para enganar? O que acontece quando seus sentimentos dizem uma coisa e a Palavra de Deus diz outra? Em qual se pode confiar mais e em que você acredita? Eu tenho bons sentimentos por ter recebido Jesus Cristo pela fé somente e de ter sido salvo instantaneamente e ter certeza do céu, e este sentimento bom já tem durado vinte anos. Por que deviam seus bons "sentimentos" ser mais conclusivos que os meus? Não acredita você que a Bíblia é um padrão de muito mais confiança do que meus "sentimentos", ou "testemunho", ou seus "sentimentos" ou "testemunhos"?

Perguntamos de novo, pode o testemunho tornar um profeta falso em verdadeiro ou fazer sentido de estultíca óbvia? Que pode fazer o testemunho para conseguir que a seguinte profecia se cumpra: o presidente mórmon Heber C. Kimball profetizou que Brigham Young seria presidente dos Estados Unidos?3 O que pode um testemunho fazer para anular esta afirmativa: a poligamia jamais será banida?4 Que pode o testemunho fazer para verificar essas revelações dadas em sermões por Brigham Young as quais ele declarou serem Escritura: "O ouro e a prata crescem, e também todos os outros tipos de metal, da mesma forma que o cabelo de nossa cabeça, ou o trigo no campo"?5 Young também ensinou que tanto o sol como a lua eram habitados. Leia-o você mesmo no Journal of Discourses, volume 13, página 271.

Soma alguma de "testemunho" pode encobrir o fato de que estas são profecias falsas por profetas mórmons. Não podemos deixar de acreditar que centenas de milhares de mórmons honestos desejam e merecem muito mais do que isto. Cremos que podem compreender que o "testemunho" foi desenvolvido e usado como uma arma para conservá-los em ignorância e trevas inquestionáveis. Médicos brilhantes, advogados e professores entre o mórmons, que jamais acreditariam em teorias mal elaboradas e não provadas e que exigem prova impecável em suas profissões, são trancados neste sistema que os força a aceitar "fatos" como estes por meio de seu "testemunho". Desta maneira confundiram eles fé com o crer no que sabem não ser verdadeiro.

A fé bíblica permite e exige realidade evidencial objetiva, e também experiência subjetiva. Tudo que for menos que isto alimenta ilusão e desonestidade.

Milhões de cristãos podem testificar de um "testemunho" tremendo da certeza de que a Bíblia é a única Palavra de Deus, e que foram salvos instantaneamente quando confiaram em Jesus, e que agora têm certeza do céu para sempre com Jesus Cristo. Ele têm paz, alegria e vidas transformadas desde sua conversão. Entretanto, qualquer testemunho desse tipo deve estar em completo acordo coma a Bíblia e a verdade que ela apresenta; se assim não for, será falso. Os sentimentos podem ser e têm sido manipulados. Deus não deixaria nosso destino eterno ser decidido, em última análise, por "sentimentos" ou "testemunhos" de seres humanos falíveis. É por isso que ele forneceu tanta prova na Bíblia de que ela é de verdade a Palavra de Deus. É por isso que todas as reivindicações de verdade devem ser medidas pela Bíblia. Deus não há de passar por alto sua autoridade final.

Autoridade dos Profetas

Profetas, no sentido de predizer o futuro e receber a mensagem diretamente de Deus, já cumpriram seu papel e foram substituídos pelo Filho e sua Palavra completa, a Bíblia: "Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo" (Hebreus 1:1, 2).

Isto é óbvio pelo menos por duas razões. Primeira, qualquer "evangelho" dado diretamente por Deus deveria ser o mesmo evangelho que a Palavra de Deus apresenta e que já está completo; portanto, seria desnecessário.

Paulo declarou: "tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Romanos 15:19). Não é necessário acrescentar nada ao evangelho. (Veja também Gálatas 1:8, 9.)

Segunda, o livro do Apocalipse revela a era da igreja, o arrebatamento, a tribulação, o milênio e a consumação de todas as coisas no estado eterno. Trata de todas as épocas. Deus não esqueceu nada para que tivesse de acrescentar um Pós-escrito divino dando revelação posterior a algum profeta.

Lembre-se que o Antigo Testamento predisse a vinda o Messias, o Cristo. O Novo Testamento fala do cumprimento do Antigo -- Cristo já veio. Hebreus capítulos 7 e 8 falam da substituição do antigo pacto pelo novo. Hebreus 13:20 refere-se a esta nova aliança como uma "aliança eterna". A Escritura não faz menção de uma terceira ou "mais nova", aliança que podia estar envolvida com revelação posterior.

Judas 1:3 fala da "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (tradução literal). Não existe mais evangelho para ser entregue. Não há mais revelação para ser dada. Já foi entregue totalmente!

Uma vez que não necessitamos de outra revelação, os profetas, no sentido de receber revelação diretamente de Deus e predizer os acontecimentos futuros e registrá-los como a Escritura dada por Deus, já não têm lugar na igreja hoje. Todos os assim chamados profetas de hoje são falsos.

Os mórmons afirmam que José Smith foi profeta. Leia o que as Escrituras dizem acerca dos que pregam qualquer outro evangelho que não o dado por Deus: "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que practicais a iniqüidade" (Mateus 7:22, 23). "Mas,ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gálatas 1:8, 9).

Qual é, então, a autoridade final? A Bíblia, a Palavra de Deus! Foi dada por Deus. Deus a preservou. Qualquer outra obra que não esteja de acordo com o evangelho que já foi dado, não é de Deus.

A Autoridade da "Bíblia Inspirada"

Se José Smith tivesse sido realmente profeta de Deus, uma das primeiras coisas que Deus teria pedido que ele fizesse seria corrigir quaisquer erros em sua Palavra, a Bíblia! Certamente que isso faz sentido.

De fato, quando José Smith começou a ter algumas dificuldades em fazer coincidir o que o Livro de Mórmon ensinava e o que a Bíblia dizia, ele recebeu uma "revelação" para traduzir a Bíblia e expurgá-la de todo "erro". Deus, disse ele, comissionou-o a fazer isso e deu-lhe divina revelação para o fazer. Esta Bíblia é chamada de Versão Inspirada da Bíblia.6

Nos vem à mente a seguinte pergunta: "Se José Smith traduziu a Bíblia e sua tradução é exata, por que a Regra de Fé mórmon diz: 'Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução'?" A Versão Inspirada da Bíblia pode ser comprada na livraria Deseret em Salt Lake City, de propriedade de um mórmon. Entretanto, poucos mórmons (e pouquíssimos não-mórmons!) sabem que tal livro existe.

Por que os mórmons não apresentam alegremente esta Bíblia inspirada, perfeita e sem erro? Será por não poderem confiar na Versão Inspirada da Bíblia de José Smith? Se for assim, condena-se o próprio profeta como falso, embora ele tenha dito que recebeu a Bíblia diretamente de Deus, assim como recebeu o Livro de Mórmon.

Talvez a resposta seja que eles sabem qual seria a reação se fosse provado que a Versão Inspirada da Bíblia de José Smith contém praticamente, palavra por palavra, cerca de 85 a 90 por cento da Bíblia do Rei Tiago. Isto podia ser embaraçoso para os mórmons. Ainda mais embaraçoso, talvez, seriam os 17 versículos que José Smith acrescentou ao capítulo 50 de Gênesis, nos quais ele profetizou ao dizer ele trará salvação a seu povo: "E a esse vidente abençoarei. ... e seu nome sería chamado José, e será seu nome de acordo como o nome de seu pai...pois o que o Senhor fará por intermédio de sua mão trará salvação ao meu povo" (Gênesis 50:33, Versão Inspirada da Bíblia).

Jesus freqüentemente referiu-se às Escrituras. Parece estranho que Ele desprezasse algo tão tremendamente importante como esta passagem. É estranho também que o Apocalipse, que explicitamente trata dos últimos dias, jamais mencione José Smith e a profecia de Gênesis!

Resumindo

No amor de Cristo, aconselho-o, mórmon ou não, a reconhecer que a Bíblia é de confiança e que é a única autoridade final; e que ao separar-se dela como padrão de verdade causa confusão.

Suponhamos que Satanás inspirasse um livro para suplantar ou negar a Bíblia. Se o livro fosse julgado pela Bíblia, Satanás seria facilmente descoberto e impedido. Mas se ele declarasse que o livro que ele havia escrito era a Palavra de Deus, usasse um pouco da verdadeira Palavra de Deus nele, e usasse um palavreado parecido, a trama seria bastante melhorada. Então suponhamos que ele sugerisse que, como prova, orássemos e pedíssemos que o Espírito Santo nos mostrasse se era a Palavra de Deus ou não, e que se fôssemos realmente sinceros conheceríamos a verdade. E, em alguns casos pelo menos, podia até mesmo ser confirmado por um "ardor dentro do peito".

Obviamente, Satanás podia nos fazer dar uma reviravolta. Já nào mais julgamos o livro pela Palavra conhecida de Deus, a Bíblia, como se nos ordena. Estamos julgando o livro pelo sentimento, pela experiência, e pedindo que Deus nos dê prova de que algo que já declarou claramente ser falso seja verdadeiro! Se nosso desejo ardente de conhecer a verdade; a psicologia e a emoção de clamar a Deus e desesperadamente procurar uma resposta que não produzissem algum tipo de sentimento, seria realmente estranho!

Será que Satanás não podia produzir um "sentimento" ou um "ardor dentro do peito" para "provar" que o livro inspirado por ele era a Palavra de Deus? É claro que podia. E o faz!

Uma vez que Satanás tira a Bíblia como prova ou autoridade final, o fundamento que Deus deu para julgarmos profetas, movimentos religiosos, etc., está perdido! Então a pessoa ou culto que reivindica ter uma visão, uma revelação, um "ardor dentro de peito" dado por Deus, tem campo aberto! Desta maneira tiveram início muitos movimentos religiosos e muitos cultos.

No momento em que começamos a colocar sentimento, experiência, nosso próprio intelecto, especulações científicas, novos profetas ou novas escrituras ao par com a Bíblia e até mesmo acima dela, perdemos nosso fundamento e invertemos completamente a situação. Então começamos a julgar a Bíblia por critérios falsos em vez de testarmos nossos critérios pela Bíblia. Imediatamente, nos tornamos desobedientes a Deus e duvidamos de sua verdade. Ele já não pode responder às nossas orações por luz e verdade porque ele não pode abençoar a desobediência e o pecado! Ainda que Deus respondesse à nossa oração por discernimento sobre estas condições, "o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura" (1 Coríntios 2:14).

Creio que o único motivo pelo qual me livrei de me tornar mórmon é que finalmente busquei a Bíblia. O Espírito Santo abriu-me os olhos para Jesus. Minhas orações foram respondidas e tive sentimentos doces e preciosos, mas a Bíblia foi o catalizador. A Bíblia foi que ocasinou a mundança! A Bíblia, não meus sentimentos, foi minha autoridade!

Ao confiarmos em algo mais que a Bíblia como autoridade, abrimos a porta à ilusão de Satanás dele ser um anjo de luz e ministro de justiça. Satanás não somente engana as pessoas e as leva ao inferno tornando-as pessoas "más" que cobiçam as coisas do mundo; ele também seduz muitos ao inferno tornando-os "pessoas boas". Dê uma olhada em Romanos 10:2, 3: "Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porêm não com entendimento. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus, e procurando establecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus."

Esta parece ser uma descrição perfeita dos mórmons como o foi dos judeus religiosos mas perdidos do tempo de Paulo.

Em Lucas 16:31, quando o rico no inferno suplicou que alguém saísse dentre os mortos e fosse convencer seus irmãos e salvá-los do fogo do inferno, a Palavra de Deus declara: "Se não ouvem a Moisés e aos profetas [a Palavra de Deus escrita], tão pouco se deizarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."

É tão difícil ser amável e ao mesmo tempo dizer a verdade. Não desejamos sacrificar a verdade no altar da gentileza, nem sacrificar a gentileza no altar da verdade. Temos procurado ardentemente, pela graça de Deus, conservar o equilíbrio adequado e "falar a verdade em amor". Sabemos que a remoção de tecidos malignos envolve dor, por melhor que sejam as intenções do cirurgião, e mesmo com o uso do melhor anestésico. Mas os resultados podem ser vida, alegria e saúde.

A cirurgia espiritual muitas vezes também é dolorosa. As intenções podem ser boas, mas o fio afiado da faca da verdade pode ainda causar alguma dor. Os resultados, entretanto, podem ser vida eterna, saúde espiritual e grande alegria! Permita Deus que seja assim para muitos de nossos leitores!

Várias semanas atrás, apresentava eu Cristo e sua salvação livre e instantânea a duas senhoras mórmons. Eram líderes da biblioteca e do departamento de auxílios visuais de sua igreja. Ambas as senhoras pediram que Jesus as salvasse.

Uma delas, que tem quatro filhos mórmons e que serviram como missionários, levantou a cabeça e exclamou: "Vivian, Vivian, sabe aquele sentimento ardente de que falam nossos líderes e que a gente nunca consegue, e que sempre nos indagamos o que seja? Consegui-o, consegui-o!" Não é preciso dizer, ela baseou sua salvação instantâea em Jesus e sua palavra, mas sentiu que isto foi um prêmio extra. Os cristãos geralmente não recebem isto e nem dependem de sentimento. Deus deu a esta querida senhora um bônus especial. Os cristãos verdadeiros recebem realmente uma paz profunda e permanente que vai além de qualquer coisa que jamais conheceram.





Notas

1. Articles of Faith, No. 8.

2. Janet Webster, numa circular a amigos mórmons. Usado com permissão.

3. Young, Journal of Discourses, vol. 5, p. 219.

4. Young, Journal of Discourses, vol. 3, p. 125.

5. Young, Journal of Discourses, vol. 1, p. 219.

6. Tanto Joseph Smith quanto Andrew Jensen no seu livro Church Chronology afirmam que a Versão Inspirada da Bíblia foi completada a 2 de julho de 1833. Assim também afirma o Documentary History of the Church, vol. 1, pp. 324, 369; Times and Seasons, vol. 6, p. 802.


 

Capítulo Catorze — A Salvação Segundo os Mórmons


Quando falamos em obter a salvação, a maioria das pessoas reconhece existirem duas maneiras pelas quais conseguí-la: a maneira de Deus, pela graça livre e imerecida; a maneira do homem, pelas obras. Os mórmons ensinam que o caminho da salvação é pelas obras.

Os mórmons dividem a salvação em duas partes: (1) salvação geral ou incondicional, (2) salvação individual ou condicional; McConkie acrescenta uma terceira, a exaltação ou vida eterna, pela divisão da salvação "individual".

Salvação geral

A teologia mórmon afirma que a morte de Cristo na cruz resgatou os homens dos efeitos da Queda (veja McConkie Mormon Doctrine, p. 62; também 669, 670) com exceção dos incorrigíveis "filhos da perdição" (os que caíram com Lúcifer). A humanidade toda receberá afinal a "salvação geral", o que levará todo mundo, pelo menos, ao mais baixo dos três céus ou graus de glória.

Stephen L. Richards, em seu planfeto, Contributions of Joseph Smith, afirma que esta salvação é equivalente à ressureição, pois todos os homens ressurgirão -- ateus, pagãos, incrédulos, etc.1 É difícil encaixar esta crença em João 3:18: "Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus."

João 3:36 diz não haver salvação de espécie alguma para os que não crêem, somente condenação: "Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus."

A ressureição não pode ser equacionada com a salvação ensinada pela Bíblia. Todos os homens ressuscitarão: "Os [mortos] que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (João 5:29). Dizer que todos os homens são salvos porque todos ressuscitarão é contradizer diretamente a Palavra de Deus.

Todos ressuscitarão, mas os que crêem em Cristo e foram salvos ressurgirão 1.000 anos antes dos ímpios mortos. Ninguém desta primeira ressurreição está perdido. Todos estes foram salvos mediante o recebimento de Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal. Os ímpios mortos ressuscitarão 1.000 anos mais tarde. Nenhum dos salvos estará na segunda ressurreição. Todos os que participarem da segunda ressurreição terão rejeitado a Cristo e sua salvação e estarão perdidos (veja Apocalipse 20:5, 6). A Bíblia ensina claramente que há duas ressurreições. Na primeira todos são salvos! Na segunda, 1.000 anos mais tarde, todos estão perdidos!

Salvação pessoal

A segunda parte da salvação mórmon é a salvação pessoal, às vezes chamada de salvação individual, condicional ou exaltação. Esta salvação é conseguida pela graça, mais batismo, mais obras.

Talmage diz nas Regras de Fé: "A redenção dos pecados pessoais somente pode ser obtida mediante a obediência aos requisitos do evangelho, e uma vida de boas obras."2

Pode você imaginar a reação do ladrão na cruz se isto lhe tivesse sido dito então, quando morria? Graças a Deus que quem estava lá era Cristo e não o Sr. Talmage, ou então o ladrão estaria perdido para sempre.

Temos perguntado aos mórmons e a outros adeptos da salvação pelas obras, quantas boas obras temos de fazer para termos certeza de nossa salvação. Ninguém sabe. Certamente, se as obras fossem necessárias, Deus teria feito uma lista de quantas, quais, e nos teria garantido a certeza da salvação ao termos finalizado todas. Esta não é a maneira de Deus. Quando os judeus religiosos pensaram que podiam ser salvos, ou ajudar a si mesmos a ser salvos mediante boas obras, perguntaram a Jesus: "Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado" (João 6:28,29). Obra alguma ou quantidade alguma de obras jamais trará a salvação.

A pessoa pode guardar 1.000 leis durante a vida e jamais quebrar uma delas. Além disso poder fazer 1.000 boas obras. Entretanto, se quebrar uma lei apenas, não importa quão insignificante seja, deve pagar por ela. O salva-vidas pode salvar 20 vidas por certo período de tempo, mas se ele deliberada e maliciosamente assassinar uma pessoa, deve encarar a pena de seu crime. As vidas que ele salvou de modo algum pagam pela vida que ele tirou.

Imagine que alguém avance um sinal vermelho e o guarda resolve pará-lo. E essa pessoa diz:

-- Ora, seu guarda, você não pode fazer nada por eu ter avançado o sinal vermelho!

O guarda suspira, leva a mão à cabeça, empurra o boné para trás e indaga a si mesmo se este vai ser um daqueles dias.

- Oh, sim? -- responde ele, com indiferença. -- Por que não? - Porque tenho passado de carro por aqui antes pelo menos um milhão de vezes e sempre parei neste sinal. Guardei a lei mil vezes e a quebrei somente uma. Minhas boas obras excedem minhas más obras de 1.000 a 1. Na verdade você devia me dar um prêmio! Não há nada que você possa fazer!


Oh, não? Tente fazer isso alguma vez e veja até onde vais. A lei aceitaria esse argumento jocoso? Nem Deus tampouco!

A salvação de Deus

Em primerio lugar, Deus não pode aceitar boas obras de uma fonte impura. E declara ele que todos os homens são pecadores, e portanto, perdidos:"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23). Não é uma questão de quão destituído cada indivíduo se tornou, mas que todos pecaram e carecem da glória de Deus.

Se alguns estivessem tentando pular um abismo de 30 metros de largura com uma altura de 3.000 metros e lá embaixo rochas afiadas, seria puramente acadêmico argüir que distância alguns poderiam ter pulado, e quão lamentáveis teriam sido os esforços dos outros. Todos falhariam e estariam condenados porque ficariam aquém do marco, e esse é o argumento de Deus.

Não somente isso, mas também as boas obras que procedem de um coração não arrependido estão contaminadas, e Deus não as considera boas de modo algum. De fato, Isaías diz: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia" (64:6). Se todas as nossas justiças são como trapo de imundícia a Deus, que insulto não deve ser para ele quando tentamos comprar nossa salvação com esses trapos! Muitos trapos de imundícia seriam ainda mais insultantes do que alguns poucos.

Deus mandou que Jesus morresse em agonia sangrenta na cruz para pagar totalmente por todos os nossos pecados. Como deve ferí-lo ao insistirmos em pendurar os trapos de imundícia de nossas boas obras na cruz para "ajudá-lo a nos salvar" em vez de aceitarmos esse grande dom da salvação.

O problema, entretanto, é mais profundo do que simplesmente os pecados que cometemos. O verdadeiro problema é a natureza pecaminosa que todo ser humano herdou de Adão. A natureza pecaminosa é a fábrica de pecado que continua a fabricar pecado. Nem todas as fábricas produzem o mesmo tipo de pecado. Nem todas as fábricas produzem a mesma quantidade de pecados. Alguns pecados são indecentes, outros são socialmente aceitáveis, e até mesmo altamente respeitados em alguns círculos. Entretanto, todos são abomináveis para Deus. Se representássemos por garrafas o pecado produzido por essas fábricas de pecado, passaríamos a vida toda quebrando as garrafas num esforço inútil. A fábrica ainda está ativa, e embora em certa ocasião possa mudar a forma e a marca do produto ou diminuir ou aumentar a produção, ainda é a mesma velha fábrica de pecados.

Deus diz em João 1:12, que o problema é nào sermos filhos de Deus. Os homens, por natureza, não são filhos de Deus! "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome." Ora, Deus não iria pedir que nos tornássemos seus filhos se já o fôssemos. Ele diz claramente que temos de receber Jesus a fim de nos tornarmos filhos de Deus. Disse Ele a Nicodemos, que era religioso mas perdido: "Importa-vos nascer de novo" (João 3:7).

Nascemos de novo na família de Deus ao recebermos Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor pessoal. Clamamos a ele, com fé, que nos perdoe os pecados, que entre em nosso coração e vida e nos torne filhos de Deus. Ele espera por esse convite pessoal. Então Ele imediatamente entra em nossa vida, lava nossos pecados em seu sangue derramado, e nos dá o dom gratuito da vida eterna.

Ao mesmo tempo ele nos dá uma nova natureza de filhos de Deus, e começa a viver sua vida mediante a nossa, assegurando-nos uma vida modificada. Então, e somente então, depois de sermos salvos, têm nossas boas obras qualquer valor para Deus. Então, e somente então, depois de sermos salvos, pela primeira vez Deus verdadeiramente torna-se nosso Pai. Ele não é Pai de todos os homens. Ele somente é Pai dos salvos, dos que nasceram de novo na família de Deus pela aceitação de Cristo. Dos não salvos, diz Deus: "Vós sois do diabo, que é vosso pai" (João 8:44). (Veja 1 João 3:8.)

Pode você imaginar um porco tentando deseperadamente tonar-se uma ovelha imitando esta? Suponha que o porco tenha ficado chateado com a sua condição de porco e tenha visto uma ovelha perambulando por um pasto verde e bonito, comendo coisas secas e limpas em vez de lavagem. O porco consegue fugir do chiqueiro, e então encontra uma ovelha morta e veste-se com sua lã. O porco aprende a comer alimento de ovelhas, e lentamente, com agonia, aprende a balir ou a falar como as ovelhas: "Oink, Bloink, Blá-a, Báa-a, Bée!"

Seria o porco agora uma ovelha? Estaria ele pelo menos mais perto de se tornar ovelha? Será que todo esse esforço mudaria sua natureza básica de porco? Teria a menor importância ele ser um porco "bom" ou um porco "mau", pelos padrões dos porcos? Certamente que todos podemos entender que o porco não pode tornar-se em ovelha ao agir como ovelha.

Da mesma forma, ninguém pode tornar-se cristão, simplesmente agindo como cristão. Não importa quantas "boas" obras ou imitação de obras cristãs possamos fazer; somente podemos nos tornar filhos de Deus ao recebermos pessoalmente a Cristo e nascermos de novo na família de Deus. O agir como cristão, o realizar trabalho religioso e outras obras, é inútil para a salvação. Devemos nascer de novo, e receber nova natureza de Deus como filhos dele. Então, faremos boas obras para Deus, não a fim de nos tornarmos cristãos, mas porque já o somos! (Veja Efésios 2:10.)

Fé versus obras

Outro problema óbvio em trabalhar por nossa salvação em qualquer grau é que Deus diz de todos os homens (a menos que aceitem a Cristo e recebam a vida mediante ele) que estão "mortos nos vossos delitos e pecados" (Efésios 2:1). Afinal de contas, quanta boa obra pode uma pessoa morta fazer?

É verdade que em Cristo, e somente em Cristo, as pessoas têm vida. Os que estão em Cristo foram feitos novas criaturas, com natureza nova, vida nova, desejos novos, poder novo: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Coríntios 5:17).

Os mórmons afirmam que a fim de podermos reivindicar a salvação pessoal devemos ter fé no Senhor Jesus Cristo, testemunhar que José Smith foi profeta de Deus, arrepender-nos, ser batizados na igreja mórmon (a única igreja verdadeira), submeter-nos à imposição de mãos e guardar os mandamentos. Entretanto, mesmo depois de obedecer a todos estes requisitos, e crer que há três céus e quase nenhum inferno, muitos mórmons ainda estão temerosos e incertos. Admitem não saber ao certo para onde irão quando morrerem!

A Bíblia ensina que há somente uma salvação, e Deus diz que esta jamais é recebida mediante obras. O primeiro passo que qualquer pessoa dá para a salvação é o arrependimento do pecado: "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Isaías 53:6). Arrependimento no grego é metanoia, que simplesmente significa mudança de atitude acerca do pecado, de si mesmo e do Salvador; desistir de seguir o nosso próprio caminho e seguir o caminho de Deus. O arrependimento ocorre simultaneamente com a salvação quando a pessoa se volta do pecado para o Salvador.

O pecado é basicamente seguir nossa velha natureza pecaminosa, e ir em nosso próprio caminho, ser autocentralizados em vez de Cristocêntricos. É ser o Deus, o Senhor, o chefe de nossa própria vida. É gerenciar nossos próprios negócios em vez de submeter o controle a Deus. Deus não pode permitir deuses rivais, não importa quão benevolentes possam eles parecer à primeira vista, em lugar algum de seu universo. O resultado último seria rebelião e caos. A salvação consiste em receber a Jesus pela fé e seguir o caminho de Deus em vez do nosso próprio.

Efésios 2:8, 9 torna-o claro como cristal: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (itálicos do autor).

Somos salvos, não pelas obras, não pelas obras, não pelas obras!

A resposta mórmon é no sentido de tentar anular esta afirmativa clara e inegável. Voltam-se rapidamente para Tiago 2:20: "Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?" É verdade! Os demônios têm crença intelectual e estão para sempre no inferno (veja Tiago 2:19). É preciso crer com o coração (o centro do ser humano que governa, rege e escolhe; veja Romanos 10:9, 10) para que o homem seja salvo. A fé salvadora sempre produz boas obras, não a fim de sermos salvos, mas como prova de que já fomos salvos. A fé sem as obras jamais viveu!

Tiago 2:18 diz que devemos mostrar nossa fé por nossas obras. Não podemos mostrar algo que ainda não temos, e se temos fé já fomos salvos. Tiago está mostrando que toda a conversa acerca de fé é inútil se a pessoa não tiver uma vida mudada que prove que verdadeiramente foi salva. Diz-nos para mostrarmos nossa salvação.

Tiago continua dizendo acerca de Abraão e de como foi justificado pelas obras (v. 21), mas ele creu em Deus e foi-lhe imputado como justiça (v. 25; veja também Gênesis 15:6). Qual é a resposta? Abraão foi justificado à vista de Deus por sua fé. À vista dos homens foi justificado por suas obras. Os homens não podem ver a fé; podem somente ver as obras que a fé salvadora produz.

Catorze anos depois de Abraão ter crido em Deus foi circuncidado como sinal externo da aliança que já tinha com Deus. Ele havia sido salvo catorze anos antes de ser circuncidado (veja Gênesis 17:9-11).

Então, cerca de 40 anos depois de ter crido em Deus e ter sido salvo (muitos anos antes do nascimento de Isaque) Abraão provou sua fé perante os homens. Ele demonstrou sua salvação, como Tiago afirma, ao oferecer seu filho Isaque no altar (veja Gênesis 22). Aqui vemos que a fé que não produz mudança de vida é morta. A fé que não produz obra que justifique nossas reivindicações de salvação não é de forma alguma a fé salvadora.

A propósito, a transformação dramática de caráter e de vida é a norma no cristianismo evangélico. Mel Trotter foi alcoólatra. Todas as suas promessas e esforços desesperados para deixar a bebida provaram ser em vão.

Num dia triste e pesaroso, seu precioso filhinho morreu. Em seu pesar, o desejo insaciável de uísque encheu-lhe o ser, e Mel estava terrivelmente quebrantado. Por fim, em desespero abjeto, e enojado de si mesmo, foi até ao caixão onde jazia o corpo frio de seu bebezinho. Seus dedos tremiam enquanto tirava os sapatos dos pezinhos do filho. Então arrastou-se para fora a fim de vender os sapatos e conseguir dinheiro para comprar bebida.

Algum tempo mais tarde, Mel aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal e foi mudado instantaneamente e para sempre. Tornou-se um cristão devotado; sua sede fora satisfeita pelo Salvador. Nos anos seguintes fundou ele mais de 60 missões com o propósito de pregar Cristo aos homens e mulheres necessitados.

A propósito, onde os mórmons possuem missões para os desprezados da sociedade? Onde estão os alcoólatras, as prostitutas, os assassinos, os viciados em droga, que podem testemunhar ter sido instantaneamente salvos e mudados pelo mormonismo? É claro, todo programa, quer seja religioso ou secular, educacional ou reabilitatório, pode reivindicar resultados favoráveis na reabilitação dessas pessoas necessitadas, mas estamos falando acerca da mundança que ocorre em alguns poucos minutos, que dura para sempre e que somente Cristo pode operar. Tenho visto essa transformação vezes sem conta, em poucos segundos, à medida que as pessoas recembem a Cristo. Mudanças de hábitos, de vida, de disposição, de atitude, de temperamento, uma certeza repentina e imperecível acerca da salvação, da morte e do céu. Um influxo súbito de amor e interesse pelos outros, quer seja em psicólogos, advogados, homens de negócio, prostitutas, alcoólatras, fazendeiros, viciados em droga, pescadores, mineiros, professores, donas-de-casa, ou quem quer que seja.

Trabalhar por nossa salvação, portanto, insulta a Deus e nos endivida ainda mais. Ele deseja que demonstremos nossa salvação, depois de termos sido salvos. (Veja Filipenses 2;12).

É difícil ver como palavras referentes às obras para a salvação poderiam ser mais claras do que estas que Deus nos deixou em Romanos 11:5, 6: "Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça."

A graça bíblia é o amor imerecido e a salvação estendida aos totalmente indignos, sem obras. Olhe para o ladrão na cruz outra vez -- não tinha igreja, nem batismo, nem boas obras, só pecado, pecado, pecado. Então este desgraçado sem esperança clama a Jesus Cristo: "Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:42, 43). Salvação instantânea! Completa e gratuita! Sem obras, sem igreja, sem batismo, nada a não ser a fé, o pedir e o crer em Jesus! Sem dúvida, o ladrão teria tido uma vida mudada se pudesse ter descido da cruz, mas como resultado, e não como meio de sua salvação.

Contraste, isto com o ensino mórmon sobre a graça. A graça dos mórmons consiste, em parte, em fazer boas obras religiosas, para a igreja e o templo e desta forma o indivíduo se torna a si mesmo digno da graça de Deus. Leia de novo a afirmativa citada previamente neste capítulo das Regras de Fé de Talmage: "A redenção dos pecados pessoais somente pode ser obtida mediante a obediência aos requisitos do evangelho e uma vida de boas obras."

Eis aqui por que a graça mórmon é falsa e por que as obras jamais podem levar ninguém ao céu: "Porque se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diferente de Deus. Pois, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha [pela salvação], o salário não é considerado como favor, e, sim, como dívida. Mas ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (Romanos 4:2-5).

Sentimos que devemos repetir com convicção total: a religião mórmon é uma doutrina elaborada de obras, que nega que Cristo somente é suficiente para salvar.

Cristo, mais nada, conserva-nos salvos (uma vez que nos rendemos totalmente a ele, pela fé, para a salvação). Tudo o mais, declara a Bíblia ser heresia. As obras seguem a salvação como prova de uma salvação real e para a glorificação de Cristo.

Lidando Com a Ilusão Mórmon

Os mórmons reagem de várias maneiras quando confrontados com a evidência irrefutável de que o mormonismo é falso. Alguns voltam-se do Jesus mórmon para o Jesus bíblico e sendo salvos deixam o mormonismo. Alguns são convencidos mentalmente mas se apegam emocionalmente ao mormonismo por causa de laços familiares, temor, etc. Alguns denunciam toda a evidência como mentiras, material usado fora do contexto, perseguição antimórmon, etc. Muitos, simplesmente ignoram os fatos, e apegam-se ao "testemunho" que o "Espírito Santo" lhes deu.

É interessante, mas de quebrar o coração, notar que mesmo depois de Jim Jones e a Igreja do Povo terem sido totalmente expostos, mesmo depois do massacre de Jonestown, depois de Jones ter sido desmascarado como moralmente depravado, depois de seu afastamento do Jesus bíblico ter sido revelado, algumas pessoas ainda criam nele, e ainda eram leais ao Templo do Povo. Alguns ainda estavam dispostos a morrer por ele e por seu culto.

Alguns mórmons radicais evidentemente têm feito sua escolha de modo irrevogável e, infelizmente, para a eternidade, e podem estar completamente impenetráveis aos fatos. Seu "testemunho" do "Espírito Santo" de que o mormonismo é verdadeiro, de que José Smith é profeta de Deus, de que seu Jesus mórmon é verdadeiro, e que todas as outras igrejas, a não ser a deles, são apóstatas, é suficiente para eles.

Não importa do que e de quem os mórmons recebem seu "testemunho", mas certamente não é do Espírito Santo da Bíblia. Os mórmons afirmam que o Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho, é um dos personagens da divindade. Na teologia mórmon isso significa três deuses separados e individuais, um somente em propósito, o que contradiz a Bíblia e revela que os mórmons são politeístas. Entretanto, os mórmons admitem que o Espírito Santo é um "personagem do espírito" que não tem corpo de carne e ossos, um dos requisitos para ser Deus. O Espírito Santo dos mórmons só pode estar em um lugar de cada vez. Quando a Bíblia diz que o Espírito Santo enche muitas pessoas diferentes ao mesmo tempo, e que habita em todos os cristãos verdadeiros em todos os lugares, os mórmons interpretam como sendo "os poderes e influências que emanam de Deus". (Graça a Deus por nosso confortador pessoal, o Espírito Santo bíblico, uma pessoa viva que habita em cada um de nós que fomos verdadeiramente salvos).

É claro que o que quer que esteja dando aos mórmons o testemunho da "verdade" do mormonismo, não é o Espírito Santo de Deus!

 



Notas

1. Stephen L. Richards, Contributions of Joseph Smith (Salt Lake City: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias).

2. Talmage, Articles of Faith, pp. 85, 87, 478, 479.