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Perante mim tenho agora, enquanto datilografo este manuscrito, uma bela edição do Livro de Mórmon, de 1961. Entre as lindas gravuras da primeira parte do livro, está uma de alguns murais representando gente, cabanas nada parecidas com cabanas egípcia, água, barcos, remadores, etc. A legenda da gravura diz: "Murais tip-egípcios encontrados nas paredes do templo de Bonampak, no México." Provavelmente isto é para transmitir à mente do leitor inadvertido que este é um elo na cadeia de evidências para o fundo histórico do Livro de Mórmon, no que se relaciona à origem do povo do Livro de Mórmon, e de sua suposta presença na América do Sul e na América Central. Na realidade este mural não parece egípcio, nem peruano, nem africano, nem indiano.
Arqueologia e o Livro de Mórmon
Tenho visto livros lindamente ilustrados sobre arqueologia das Américas do Sul e Central, que missionários mórmons zelosos às vezes usam para inferir prova arqueológica a favor do Livro de Mórmon, e também para o mormonismo. Entretanto, não existe um único arqueólogo conhecido, mórmon ou não, que afirme existir qualquer prova arqueológica que apóia o Livro de Mórmon. Não há evidência para apoiar a existência de qualquer das cidades que José Smith afirma ter coberto as Américas, além da imaginação dele próprio.
John L. Sorenson, autoridade mórmon e professor assistente de antropologia e sociologia na Universidade de Brigham Young, comentou: "Nossa opinião é que os Santos dos Últimos Dias deviam estar satisfeitos com a verdade e não tentar melhorá-la por meio de 'provas' gratuitas baseadas em inverdades."1 As afirmações do professor Sorenson foram feitas para combater o Book of Mormon Evidences in Ancient America (Livro de evidências mórmons na América Antiga), por Dewy Farnsworth, um dos livros que procuram estabelecer provas para o Livro de Mórmon.
O Dr. Ross T. Christensen, antropólogo mórmon, disse: "A afirmação de que o Livro de Mórmon já foi provado pela arqueologia é enganosa."2 Lembre-se, estas afirmações são de autoridades mórmons, que operam no campo da arqueologia.
Na pesquisa que fiz sobre o mormonismo, não encontrei um único arqueólogo não-mórmon que desse algum crédito à história do Livro de Mórmon. Nenhum deles o usa como guia para pesquisa arqueológica na América do Sul ou na América Central. Se alguns de meus leitores conhecerem um arqueólogo não-mórmon, bona fide, credenciado e reconhecido que usa o Livro de Mórmon como referência, por favor, envie-me seu nome e endereço.
Um membro da Instituição Smithsoniana em Washington comentou: "A Instituição Smithsoniana jamais usou o Livro de Mórmon de qualquer forma como guia científico. Os arqueólogos Smithsonianos não vêem nenhuma conexão entre a arqueologia do Novo Mundo e o conteúdo desse Livro."3
Por outro lado, os arqueólogos freqüentemente contradizem por completo as afirmações do Livro de Mórmon e as destróem. Embora a pesquisa científica tenha demonstrado que o continente americano não possuía muitos animais domésticos tais como gado, porcos, cavalos, jumentos e certos outros animais até que os europeus viessem à América, O Livro de Mórmon afirma que esses animais aqui estavam muitos anos antes de Cristo. Com exceção da Universidade de Brigham Young, as instituições de educação superior nos Estados Unidos concordam com a Instituição Smithsoniana de que "não há nenhuma evidência de uma migração de Israel para a América, da mesma forma, nenhuma evidência de que os índios pré-colombianos tivessem qualquer conhecimento do Cristianismo ou da Bíblia".4
Antropologia e o Livro de Mórmon
Não somente não existe prova arqueológica que apóie a história do Livro de Mórmon da vasta civilização que supostamente cobriu toda a América do Sul e Central, mas também os antropólogos negam as afirmações do Livro de Mormon.
Os que se especializam em antropologia e genética refutam a afirmação de que os índios americanos sejam descendentes dos israelitas. Antes, dizem que os índios se parecem com os povos da Ásia oriental, central e setentrional, e com eles estão mais intimamente relacionados. Estes povos asiáticos têm uma "mancha mongolóide", uma mancha azul-cinza no final da coluna espinhal ao nascerem. Os índios americanos também têm uma mancha mongolóide. Os israelitas, que são semitas, não a possuem! Os índios americanos não são lamanitas descendentes dos israelitas que migraram para a América.
Se os índios não são descendentes dos israelitas, como afirmam os mórmons que são então José Smith e o Livro de Mórmon, estão errados, e certamente não são inspirados por Deus.
Notas
1. John L. Sorenson na resenha de um livro de Dewey Farnsworth.
2. Ross T. Christensen, antropólogo mórmon, U.A.S. Newsletter, #64 (Provo, Utah: University Archeological Society, 30 de janeiro de 1960), p.3.
3. Citado de Tanner, Mormonism, Shadow or Reality (Salt Lake City; Modern Microfilm Co., 1975), p.97.
4. Dr. Frank H. H. Roberts, Jr. Diretor do Bureau of American Ethnology da Instituição Smithsoniana. Citado por Marvin W. Cowan, Mormon Claims Answered, publicado por Marvin W. Cowan, 1975.