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De acordo com Hugh Nibley, o "pai" da doutrina bíblica e teológica contemporânea dos Mórmons, "O Livro de Mórmon pode e deve ser testado".1
Embora existam muitas maneiras para se fazer isso, muitas das melhores ferramentas para testar o Livro de Mórmon são os mesmos métodos usados rotineiramente na erudição bíblica. Os estudiosos bíblicos investigam questões como:
O uso de métodos acadêmicos para estudar essas questões não é hostil à Bíblia (embora muitas vezes sejam mal utilizados por não-crentes que são hostis a ela). Ao contrário, estes métodos são ferramentas que nos ajudam a entender melhor como os livros da Bíblia vieram a ser escritos, e o que eles realmente significam em seu contexto histórico e cultural original. Como os livros da Bíblia são escritos historicamente autênticos, tal investigação não ameaça a confiança cristã na Bíblia.2
Podemos usar esses mesmos métodos para investigar as origens e o significado histórico do Livro de Mórmon. Se fosse verdadeiramente uma coleção de autênticas escrituras antigas traduzidas por Joseph Smith por revelação divina, o uso apropriado e justo desses métodos tenderia a confirmar ou apoiar suas reivindicações (embora, é claro, não comprove tudo o que está ali escrito). Por outro lado, pode mostrar que o Livro de Mórmon não é o que afirma ser.
Como alguém treinado nos métodos da erudição bíblica, eu, Rob Bowman, procurei abordar o Livro de Mórmon nesta metodologia imparcial, de mente aberta, aplicando esses métodos de forma justa para ver onde a evidência conduz. Minha dissertação de doutorado mostrou que um sermão pretensamente pregado por Jesus aos nefitas (3 Néfi 12-14) foi realmente copiado por Joseph Smith da tradução do Sermão do Monte (Mateus 5-7), com pequenas mudanças que ele fez.3
Desde que completei essa dissertação, tenho trabalhado em vários artigos sobre outras questões concernentes ao Livro de Mórmon. Muitos destes artigos está agora disponível no site do Institute for Religious Research. Recentemente, concluímos uma grande reorganização da parte do Livro de Mórmon do nosso site, adicionando muito conteúdo novo e organizando os materiais em seis categorias principais, e estamos agora traduzindo este material para o Português. Um trabalho em andamento no site é uma nova edição de estudo do Livro de Mórmon, com base na primeira edição impressa de 1830, com notas textuais. Ao invés de desencorajar as pessoas de estudar o Livro de Mórmon, queremos encorajar as pessoas a estudá-lo com mais cuidado e com maior compreensão e discernimento. Ao fazê-lo, acredito que eles venham a ver muito claramente que o Livro de Mórmon é uma ficção do século XIX.
Aqui estão algumas perguntas que os alunos cuidadosos do Livro de Mórmon devem fazer. Muitas dessas questões são discutidas em detalhes em nosso site, e mais serão abordadas em próximos artigos.
Nosso site também apresenta uma série de novos artigos respondendo a argumentos SUD que pretendem mostrar evidências positivas em apoio do Livro de Mórmon. Mais notavelmente, temos cerca de dez novos artigos, todos escritos por volta do último ano7, que abordam a alegação de que a linguagem e o estilo do Livro de Mórmon revela suas origens israelitas antigas. Especificamente, esses artigos respondem à alegação de que o Livro de Mórmon contém exemplos complexos de quiasmas (um tipo específico de paralelismo literário) e de formas gramaticais hebraicas traduzidas em madeira. Mais uma vez, abordo essas afirmações como um estudioso bíblico familiarizado com essas questões literárias e gramaticais no contexto do estudo da Bíblia.
Se você tiver dúvidas sobre o Livro de Mórmon e você não encontrar o que você precisa em nosso site, entre em contato conosco. Queremos ajudar as pessoas a conhecer a verdade sobre o Livro de Mórmon, não a derrubar a fé em Cristo, mas estabelecê-la no sólido fundamento da autêntica palavra de Deus na Bíblia.
NOTAS
1. Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon, 3rd ed., Collected Works of Hugh Nibley 6 (Salt Lake City: Deseret; Provo, UT: FARMS, 1988), 16.
2. Para uma visão geral de assuntos pertinentes à Bíblia, veja Robert M. Bowman Jr., “The Reliability of the Bible” (IRR, 2013), e as referências citadas aqui.
3. Robert M. Bowman Jr., “The Sermon at the Temple in the Book of Mormon: A Critical Examination of Its Authenticity through a Comparison with the Sermon on the Mount in the Gospel of Matthew,” Ph.D. diss. (South African Theological Seminary, 2014).
4. As “Pedras de Espetáculo” são Urim e Tumim, que Smith teria encontrado na caixa de madeira (ou pedra) junto com as placas de ouro do Livro de Mórmon e outros objetos (a espada de Labão, a Liahoana, o peitoral sacerdotal). Diversas ilustrações e réplicas mostram tais pedras de espetáculo como literalmente um par de óculos sobrenaturais, sendo Urim e Tumim suas lentes. Ilustrações antigas da Igreja SUD apresentavam Joseph traduzindo as placas usando este artefato.
Hoje a igreja SUD admite que Smith usou uma pedra de vidente dentro de seu chapéu, o mesmo recurso que ele usava para localizar tesouros escondidos em suas expedições de “escavação de dinheiro”. Para mais detalhes, veja nosso artigo, Ligações ao Ocultismo e à Maçonaria.
5. A decifração do sistema de escrita dos hieróglifos egípcios é geralmente atribuída ao francês Jean François Champollion, o chamado "Pai da Egiptologia", que foi o primeiro a compreender o texto da Pedra de Roseta, em 1822.
6. Fluxo de Consciência (Stream of consciousness), ou monólogo interior, é um recurso narrativo para expor os pensamentos e sentimentos que passam pela mente do autor ao descrever ou dissertar; o termo foi cunhado por William James em seus Princípios da Psicologia, de 1890. O autor descreve a “voz da mente”, podendo inclusive “corrigir o rumo” ou buscar se expressar de forma alternativa. Exemplos destas correções são encontrados em Mosias 7:8; 27; 8:17; Alma 1:13, 2:34,13:7, 17:18, 32:16, 39:2, 3 Néfi 3:7, 6:20, etc. Evidentemente autores com recursos escassos – gravando placas de ouro – evitariam tais divagações, buscando uma escrita concisa.
7. Artigo originalmente publicado no final de 2016.